Discrepância

Servidor concursado ganha mais que o dobro que os contratados na Prefeitura de Rondonópolis

Apesar de somarem 33,83% do total de servidores, os efetivos ficam com mais de 50% da folha de pagamentos

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28 de Janeiro de 2014, 12h50

Servidor concursado ganha mais que o dobro que os contratados na Prefeitura de Rondonópolis
Servidor concursado ganha mais que o dobro que os contratados na Prefeitura de Rondonópolis

*Eletivo = Prefeito e vice-prefeitoUm servidor público efetivo (concursado) da Prefeitura de Rondonópolis custa para os contribuintes mais que o dobro dos servidores que são contratados temporariamente. Enquanto os contratados recebem em média R$ 1.578,83 por mês, os efetivos têm um salário mensal médio de R$ 3.544,10. Os números estão em um estudo elaborado pela Secretaria Municipal de Administração, responsável pelo processo de reestruturação iniciado nesta semana por determinação do prefeito Percival Muniz (PPS).

O estudo mostra que a Prefeitura de Rondonópolis tem hoje 6.018 servidores (veja quadro). Desse total 36,16% são contratados temporariamente (em geral via processos seletivos simples) e 33,83% são funcionários efetivos. Mesmo em número menor, os efetivos abocanham mais da metade de todos os recursos destinados à folha de pagamento.

Os comissionados - categoria que inclui os cargos de livre nomeação ou 'de confiança', e também os  profissionais das equipes dos PSFs , - somam 17,86% e têm salário médio de R$ 2.405,75. O quadro funcional conta ainda com 6,3% de estagiários (salários de R$ 763), cinco por cento de trabalhadores regidos pela CLT (média salarial de R$ 1.539,60) e menos de um por cento de trabalhadores que ganharam a estabilidade por decisões judiciais (média salarial de R$ 4.645,11).

Na opinião do secretário de Administração Carlos Vanzeli, os números ajudam a melhorar a compreensão sobre a realidade financeira da Prefeitura e reforçam a necessidade de adequação das normas que regem a carreira e a remuneração dos servidores.

"Há tantas distorções que se tivéssemos feito o concurso público com base no antigo PCCS é bem provável que a Prefeitura já estaria falida, sem condições sequer de pagar os servidores", disse Vanzeli, lembrando que os novos PCCS estão em fase final de discussão.

"Assim que tivermos os projetos definidos e aprovados pela Câmara Municipal, poderemos realizar o concurso de modo a reduzir o percentual de contratações temporárias, sem prejudicar os servidores e nem a sociedade", avalia.

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